sábado, 22 de junho de 2013

Um mês de Irlanda. O que rolou até agora?

Parte II - Documentação

O PPS


Foto de webcam - Zuada! rsrs
O PPS (Personal Public Service) é um documento que contém um número de identificação, estilo um CPF, que te dá o direito de trabalhar legalmente e ser atendido em hospitais públicos, quando necessário. Sem ele, você também não conseguirá abrir a sua conta do banco. Para dar entrada ao seu número de PPS, é necessário solicitar uma carta na escola. Sem essa carta, nem adianta se dirigir ao prédio do PPS, pois lá na recepção eles vão te pedir e junto dela, o seu  passaporte como identificação.

Para nós dois foi super tranquilo. Chegamos um pouquinho antes de o prédio abrir e logo uma fila começou a se formar atrás da gente. Assim que abriu, entramos e entregamos os documentos mencionados acima e já recebemos uma senha. Na mesma hora, o painel já indicou a nossa senha e o número do guichê. Casais podem se dirigir juntos ao mesmo guichê. Lá, preenchemos um formulário enquanto o funcionário digitava nossas informações e depois tiramos uma foto. Feito isso, o moço nos informou que dentro de cinco dias úteis receberíamos a carta com o número do PPS e o cartão. Então, esperamos alguns dias, ligamos para a nossa Host e as cartas já estavam lá... Em um envelope vem a carta com o número do seu PPS (para abertura da conta no banco) e em outro, o cartão. 

Abertura da Conta Bancária

Com a carta do PPS em mãos, solicitamos na escola a carta que eles fornecem provando que somos alunos devidamente matriculados. Com estas duas cartas, fomos até o banco. Chegando à agência, entregamos a papelada e o passaporte e o funcionário responsável pela abertura de contas (muuuuuito gente boa, por sinal) nos entregou um formulário a ser preenchido. Depois, era só aguardar um dia para a aprovação.
No dia seguinte, nossas contas já haviam sido aprovadas. Três dias mais tarde, recebemos em casa as cartas com as senhas do banco. Isso mesmo, você não escolhe a sua senha eletrônica, o banco que te fornece.

Depois de termos recebido as senhas, retornamos ao banco e fizemos o depósito dos 3000 euros e já pedimos o statement (extrato bancário), que demorou cerca de três dias para chegar. Os cartões chegaram dois dias depois das senhas, ou seja, antes do extrato bancário.  Será necessário a apresentação desde extrato ao GNIB (próximo tópico), provando que você tem os 3000 euros em sua conta. 

GNIB

O GNIB (Garda National Immigration Bureau) é o documento mais importante de todos. Ele comprova a sua legalidade no país. É um cartão com chip que contém, além dos seus dados pessoais, sua foto, a data de emissão e a data de validade.  


Eu e o Rê fomos ao prédio do GNIB em uma quarta-feira, mais especificamente no dia 12/06. Chegamos lá por volta das 8h, horário em que começa o atendimento ao público, porém senha para estudantes só começa a ser distribuída às 9h. Eis que ficamos aguardando e acabamos pegando a nossa senha às 8h30, pois eles começaram a distribuir um pouco mais cedo. Não era um dia muito lotado, então o Renato pegou a senha 34 e eu a 35. Geralmente, as pessoas pegam do número 100 pra cima.

Logo começaram a atender e exatamente às 8h50 já estávamos no balcão entregando todos os documentos requeridos. Como vocês podem ver, vale a pena chegar mais cedo. Fomos atendidos antes das 9h, horário em que eles supostamente começariam a entregar as senhas.  

No balcão, você tem de entregar uma ficha (preenchida enquanto você espera a ser atendido), o passaporte, a carta do PPS, o seguro saúde e o extrato comprovando os 3000 euros na sua conta. O atendente vai verificar os seus documentos, digitar os seus dados no computador, tirar uma foto sua e pedir para que você pague a taxa de 300 euros. Essa taxa só pode ser paga com cartão que contenha chip, não sendo possível o pagamento em dinheiro.

Finalizado este processo, eles entregam os seus documentos de volta, mas o passaporte fica com eles. O passaporte será entregue no final junto com o GNIB. Depois, eles falam para você sentar e aguardar que logo irão chamá-lo para coletar as suas digitais. Sendo assim, nos sentamos e aguardamos. Uma pessoa chama você pelo microfone mencionando sua nacionalidade e o seu nome. Ex.: Brazilian Nationality – Cíntia Manttuy. Eu fui chamada primeiro e uns 15 minutos depois, foi a vez do Renato. Bem tranquilo!

Após todo este processo, é só aguardar e esperar o seu cartão ficar pronto. Essa foi a parte mais demorada. O Renato foi chamado na sala das digitais depois de mim e recebeu o cartão beeeem antes de mim. Não só ele... Várias pessoas que foram depois de mim, receberam o GNIB primeiro. Vai entender... Acho que foi um complô contra a minha pessoa, rsrs. O Renato, por exemplo, pegou o cartão 40 minutos após as digitais. Eu não tive muita sorte e tive que esperar 2 horas até pegar o meu GNIB. Fazer o que, né? No total, foram quase 4 horas lá dentro. Nem foi tanto tempo assim, tendo em vista que, algumas pessoas levam de 7 a 8 horas.

GNIB pronta... Aí é só alegria! Chega de burocracia. Agora temos o direito de trabalhar aqui na Irlanda, só falta arrumar o emprego. Vamos curtir muito este intercâmbio, que até agora tem sido maravilhoso.

Hora de parar de escrever. O próximo post será uma surpresa, inclusive para mim... hahahaha.

Bjãooo, galera.

Ci e Rê.

Um mês de Irlanda. O que rolou até agora?

Part I – Acomodação e Escola

“Ó nóis aqui traveis.” Completamos um mês de Irlanda no último dia 14. Nossas vidas por estas bandas estão apenas começando e, graças a Deus, toda a parte burocrática necessária para a legalização no país já está em ordem. Como vocês podem ver, o post está dividido em duas partes. Na primeira, estamos falando sobre a nossa mudança de casa... Nossa transição da Host Family para a atual casa onde estamos morando e também, sobre a escola onde estamos estudando. Já na segunda, estamos explicando como funciona todo o processo para a obtenção do visto de estudante.

Host Family e Casa Nova

O pacote de Intercâmbio que pagamos no Brasil nos dava o direito a duas semanas de acomodação em Host Family, com café da manhã, almoço e jantar inclusos. Para quem não sabe, Host Family é uma família nativa que recebe intercambistas em sua casa, proporcionando-lhes uma grande imersão na cultura em questão.

Eu e o Renato ficamos em uma HF muito bacana. Na casa, estavam apenas mãe e filha, pois a mulher é separada do marido e o outro filho estava realizando um intercâmbio na Alemanha. As duas eram bem legais. Todos os dias jantávamos juntos e elas sempre estavam bem humoradas e dispostas a nos contar várias histórias sobre o país.  A mãe até elogiou o Renato, dizendo que o inglês dele já havia melhorado em relação ao primeiro dia dele na casa. Disse que ele parecia estar mais seguro com o idioma. Ahhh, vale ressaltar que éramos vizinhos do Bono Vox, vocalista da banda U2. Sim, o bairro onde estávamos morando era da high society, hehehe.

Após 10 dias em HF, começamos a procurar um novo lar. Segundo o pessoal da escola (da qual vamos falar a seguir), era melhor começarmos a procurar logo, pois estava difícil encontrar casas pra morar. Começamos a ficar preocupados. Bom, melhor dizendo, eu comecei a ficar desesperada, como sempre. Então, chegando em casa após o primeiro dia de escola, começamos as nossas pesquisas através do site Daft.ie. Para nossa surpresa, logo na primeira pesquisa já conseguimos agendar três visitas às casas que nos interessaram.

Fomos então conhecê-las pessoalmente. Logo na primeira já houve um encantamento. Uma casa muito boa, nova e que nos oferecia um quarto suíte. Teríamos de dividir a casa com um casal de irmãos poloneses, que foram super gentis conosco. No mesmo dia, conhecemos a casa número 2. Esta fica na mesma rua da escola, o que seria ótimooo. Dividiríamos com duas chinesas bem exigentes. Logo na parede de entrada da casa, havia uma folha cheia de regras, como por exemplo, não cozinhar depois de um determinado horário e várias outras. A chinesa que apresentou a casa pra gente era bem fechadona. Nossos santos não bateram muito bem. Essas duas visitas ocorreram em uma terça-feira e a casa número 3 estava agendada para a próxima quinta.

Voltando para a casa da nossa Host pensamos, analisamos e decidimos fechar com a primeira casa. Mas, como assim? Vocês nem foram ver a terceira casa? Pois é, fizemos um balanço e vimos que a terceira casa não era tão bacana quanto à primeira. O aluguel era mais barato, porém a casa era bem menor e apertadinha. É o que eles chamam de estúdio aqui. Estúdios são apartamentos beeem pequenos com todos os cômodos juntos em um único metro quadrado. Não seria, de forma alguma, um problema morar em um desses, mas já que tínhamos a opção de uma casa maior, optamos por ela.

Hoje estamos completando 29 dias nesta casa nova e estamos adorando. Os dois poloneses com quem moramos são, de fato, pessoas pra lá de legais, simpáticas e que sempre nos oferecem ajuda...Até nos buscaram de carro no dia da mudança. Estamos bem contentes em tê-los como nossos flatmates.

A escola



Um dia depois da nossa chegada aqui na Irlanda, fomos conhecer a escola. A nossa Host nos levou de carro até lá. Logo o Rony (coordenador da escola) nos atendeu com muita simpatia. Ele nos perguntou se antes de conhecer a escola, gostaríamos de fazer o teste de nível. Aceitamos sem problema algum. Ele nos dirigiu a uma sala e começamos o teste, que era composto de 50 questões múltipla escolha.

Assim que finalizamos, entregamos as nossas folhas para ele, que nos apresentou à Meggie (secretária). Ela foi apresentando cada parte da escola para a gente. Após conhecermos toda a escola, voltamos a falar com o Rony. Como ele já havia corrigido os nossos testes, seguimos para o teste oral. Primeiro ele me entrevistou e depois entrevistou o Renato. Com estas avaliações, ele me colocou no último grupo – Advanced (Avançado) e o Renato no segundo grupo – Pre Intermediate (Pré Intermediário).  

Esta foi a nossa quarta semana na escola e podemos dizer que estamos gostando muito. A Active Language Learning é uma escola que tem, em média, 25 brasileiros distribuídos em vários níveis. Na minha sala, por exemplo, somos em 8 alunos: 3 brasileiros, 1 argentino, 1 árabe, 2 italianas e 1 espanhol. Na sala do Renato, são 6 alunos: 3 brasileiros, 2 espanholas e 1 tcheco.  Mesmo estudando com os nossos conterrâneos, o inglês domina 100% das aulas. Isso é garantido! Já nos 30 minutos de intervalo, é inevitável não falar em português. Entretanto, quando um dos gringos entra na roda de brasileiros, todo mundo respeita e fala em inglês, o que é importante deixar claro.

As aulas acontecem de segunda à sexta-feira, das 9h às 14h.