Cíntia está trabalhando!

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Hehehe, pois é! Já estava mais do que na hora de atualizar este blog. Então vamos lá! O que aconteceu dos últimos meses pra cá. Para sermos bem sinceros, quase nada...hahahaha! Exceto, é claro, pelo fato de que eu, a pessoa que vos escreve (Cintia), estou trabalhando. Do quê? Vocês já irão saber.

A nossa semana era basicamente da escola para a casa. Saíamos da escola às 14h, vínhamos para casa, preparávamos o nosso almoço, tirávamos um cochilo, fazíamos homework, ficávamos na internet, fazíamos o lanchinho da noite e fim do dia! Já nos finais de semana, estávamos sempre fazendo algo diferente. Rotina boa essa, viu. Porém, não dá pra ficar aqui forever sem trabalhar. Quem nos dera se pudéssemos continuar só estudando e passeando.

Foi então que comecei a procurar emprego. Como o Renato trouxe mais dinheiro do que eu, ele acabou se preocupando menos com trabalho, mas é claro que ele está procurando. A diferença é que ele começou a procurar com maior frequência apenas agora, enquanto eu comecei a uns dois meses atrás. A desesperada, né? hahaha. Como sempre! E como foi para mim encontrar um emprego? De verdade, muito fácil.

Todos os dias eu entrava no site gumtree.ie e ficava analisando as vagas. Existem todos os tipos de vagas neste site. Tentei aplicar para escolas de educação infantil, mas o problema é que elas exigem no mínimo uma certificação que se chama 'FETAC'. Esta certificação é típica aqui da Irlanda para algumas áreas e educação infantil é uma delas. Como não tenho interesse em tirar esta certificação, descartei a possibilidade de trabalhar neste tipo de escola. Ainda nas buscas, vi uma vaga para professora de inglês. Opa, quem sabe não rola. Foi o que eu pensei. Enviei o meu CV e no dia seguinte me ligaram e me convidaram para uma entrevista. Uhul, fiquei super feliz. Fui até a escola (era uma sexta-feira), conversei com a coordenadora e me saí super bem. Ela me passou o horário em que eu começaria na segunda-feira e até me ensinou a mexer na máquina de xerox, para tirar cópias de atividades para os alunos. Além disso, ela tbm fez a cópia de todo o conteúdo que eu teria de trabalhar com a turma na segunda-feira para que eu pudesse me preparar durante o final de semana. Ao fim da entrevista ela me disse que só tinha de conversar com o diretor da escola para ter o OK dele, mas que por ela a vaga já era minha. Aeeeeee, já tenho um trabalho! Só que não. No mesmo dia, ao fim da tarde, ela me ligou dizendo que infelizmente o diretor havia dito que o único problema era o fato de eu ser brasileira e que a turma não iria aceitar, uma vez que 80% dela era composta de brasileiros. "Os alunos vêm do Brasil para terem aulas com um nativo", disse o diretor. Eu concordo 100% com isto, porque como aluna, eu também não gostaria de vir do Brasil para cá para ter aulas com um professor não nativo. Fiquei chateada por não ter conseguido, mas entendi os motivos. Segui em frente!

Concluí que atuar como professora aqui seria um pouco complicado. Já estava ciente disso, mas só queria tentar. Ganhar dinheiro e adquirir experiência exercendo a sua profissão em outro país é um verdadeiro 'Must'. A questão é que se não tem tu, vai tu mesmo. A gente precisa de dinheiro para sobreviver e não dá para ficar escolhendo muito não. É aí que entram os sub-empregos. Cleaner, kitchen porter, waiter/waitress, au pair/childminder/nanny. 

Depois de não ter conseguido o emprego na escola, mandei CVs para outras duas vagas. Uma para atuar como garçonete em um restaurante que iria inaugurar e outra como babá. Meu curriculum para a vaga de garçonete foi totalmente inventado. Aqui não tem jeito, pois eles exigem experiência para qualquer área de trabalho. Sendo assim, se eu enviasse o meu curriculum de professora para esta vaga, eles nunca me chamariam. Fui chamada para uma entrevista que aconteceu em uma segunda-feira. O dono do restaurante estava achando que eu era a melhor garçonete do Brasil. Por um lado foi bom, pois consegui passar uma boa impressão quando ele me pediu para falar das minhas experiências, por outro péssimo, pois se eu fosse escolhida eles iriam ver que eu não tinha experiência nenhuma na prática. Eis que fui convidada para o treinamento que começaria na quinta-feira. Neste meio tempo, também fui chamada para a entrevista com os pais das crianças da vaga de childminder (babá). Eles me perguntaram sobre minhas experiências e tudo mais. Foi super fácil, uma vez que estava na minha zona de conforto. Trabalhar com crianças é algo que tiro de letra. Falei das minhas experiências com muita propriedade e facilidade. Os pais me pareceram bastante contentes, mas mesmo assim me pediram referências. Na hora já passei pra eles os contatos da minha Host Mom nos EUA e da minha coordenadora no Brasil. Eles entraram em contato apenas com minha host americana, que por sinal escreveu um e-mail falando tão bem de mim que eu quase chorei quando li. Tive acesso a este e-mail porque ela me copiou no mesmo. Outra questão que ficou sob análise foi a minha habilitação. Eles tinham de ver se o seguro aceitaria a minha habilitação brasileira já que eles precisavam de alguém devidamente habilitado para levar e buscar os filhos deles na escola.

Fiquei super esperançosa quanto à esta última entrevista. Trabalhar com crianças é algo que sei fazer e me sinto segura. Depois da entrevista e do e-mail incrível da minha Host como referência, a mãe das crianças entrou em contato comigo dizendo que adorou a resposta e que o seguro havia aceitado a minha habilitação, então ela me disse que gostaria muito que eu trabalhasse pra ela. É óbvio que eu respondi com um SIM bem grande e liguei para o dono do restaurante para avisar que eu não participaria do treinamento. Foi tudo muito rápido. No sábado da mesma semana, fui até a casa da família para conhecer os dois meninos - Adam (5 anos) e Matthew ( 2,10 meses). Eles foram super fofos e já até brincaram comigo.

Deu tudo certo! Feliz! Dia 11/07 o trabalho já era meu, mas eu só começaria na primeira semana de agosto. Neste intervalo de tempo, tive aulas de volante com o pai das crianças para poder me adaptar ao carro. Além de ter de dirigir do lado direito, o que é super estranho, tive de me adaptar ao tamanho do carro. Para quem dirigia um Celta no Brasil, passar a dirigir uma BMW faz uma grande diferença. No começo foi difícil, mas agora já está ficando bem mais fácil. 

Neste mês de agosto estou trabalhando para eles em horário não fixo ainda. O meu horário certo começa a valer a partir da primeira semana de setembro, que é quando eles voltam para a escola. Aí será assim:

De segunda à quinta-feira das 8h05 às 9h05 e depois das 13h às 18h. Eu irei até a casa deles, pego os meninos, levo para a escola e depois posso ir para a minha. Saio da escola faltando uns 5 min para às 13h, pois as escolas deles são muito próximas à minha, pego primeiro o Matthew e depois o Adam e aí os levo para a casa e fico lá com eles até as 18h. Durante a tarde, os pais me disseram que posso levá-los de carro para onde eu quiser e eles até preferem que eu faça isso, ao invés de ficar com eles em casa o dia todo. 

Adam, Matthew e o bolo de cenoura que fizemos juntos. 

Como já mencionei anteriormente, para mim foi super fácil encontrar trabalho e posso garantir que o inglês foi essencial em todas as entrevistas. De um modo geral, não está tão fácil assim encontrar emprego aqui. Uma por causa do número de concorrentes e outra devido aos empregadores estarem ficando mais exigentes em relação à experiência e nível de inglês. Até vagas como 'Cleaner' estão exigindo inglês fluente. Indicações continuam a ser vantajosas, as always!

Ufaaa, acho que por hoje é só. Acho que já deu para ter uma noção do que está rolando com a gente aqui na Irlanda. Assim que o Renato arrumar um emprego, voltaremos aqui para contar tudinho tbm.

Thanks a million, folks!

Ci e Rê.